A nossa cultura é aquele “lugar” seguro que nos estrutura e onde nos encontramos.

As celebrações, o calendário tanto civil como religioso, nos organizam durante todo o ano. Elas nos conduzem, pouco a pouco, para o grande desfecho na virada do ano.

É nesse momento que algo precisa acontecer para nos tirar do piloto automático.
Sim, porque podemos seguir apenas o roteiro, chorarmos ali, abraçarmos acolá, presentearmos um dia, encontrarmos com toda a família no outro, jejuarmos hoje, alimentarmos amanhã.

É que cada momento tem um significado que pode ser vital ou não. Certamente você e eu recebemos centenas de mensagens, vídeos, imagens de Páscoa. Algumas muito estimulantes, outras engraçadas, outras sérias. Acredito que a maioria bem intencionada.

Tudo isso é muito bom. Uma teia de bons sentimentos, energias e fé. A questão é: como isso chega a cada um de nós? E, claro, isso é muito pessoal. Para além do calendário, de que forma essa data nos envolve, nos impulsiona e nos arrebata?

De tantas coisas que ouvi, refleti e silenciei, uma delas me tocou mais: "A Páscoa pode nos trazer de volta a alegria e a esperança." Chega em boa hora, nesse momento em que a sociedade anda cabisbaixa, com tantos solavancos, e a falta de portas iluminadas. Estamos, grosso modo, meio desanimados, com poucas expectativas.
E aí, um mistério é relembrado, revivido, celebrado: a Páscoa!

De onde pode vir essa alegria e esperança se não de dentro de nós aos nos comunicarmos com o que é divino, transcendental?

É saber que: "Nunca, em circunstância alguma, tudo está perdido”.
Cada um de nós tem um caminho único de encontro com o divino. Temos formas de ver e viver diferentes.

Não há quem não se reanime quando encontra a alegria e a esperança.

A Páscoa está no calendário, mas o sentido que damos a ela pode vir a qualquer momento de nossa vida. Tomara que tome a direção da alegria e da esperança.

Ivan Guimarães é Gerente de Comunicação do Colégio Santa Cecília