A PALAVRA DO POETA

05/09/2018

                             CALEI-ME, JÁ NÃO ABRO A
        BOCA, PORQUE SOIS VÓS QUE
OPERAIS (SL 38, 10).

A poesia em Horácio Dídimo é uma força viva, uma caminhada continua, um pão nosso que sustenta a vida, um Pai Nosso que desce do céu para o coração. Não há como ficar inerte diante da PALAVRA deste homem envolto de tanto afeto que vem   desembrulhado em um discurso tão divinizado e singelo.

Dentro do seu percurso literário o poeta pertenceu ao grupo SIN nos anos de chumbo, lançando a obra Tempo de Chuva em 1967 e Tijolo de Barro, 1968. Parecia estar alegorizando em seus versos pequeninos uma ligação entre um SER sagrado e profano, como se quisesse criar uma imagem que é matéria, mas que se dilui como areia na água da chuva. Horácio teve uma obra singular destinada para as crianças, mostrando todo seu encantamento com esse universo lúdico e mágico desde as inspirações Lobatianas ao seu Passarinho Carrancudo.

A relação de Horácio Dídimo com o colégio Santa Cecília é próxima, filhos e netos estudaram nesta Escola que sempre teve admiração pelo seu legado como homem e poeta. Participando do projeto CRIAÇÕES LITERÁRIAS prefaciou belamente a publicação de 2008 com versos “nestes tempos de canções/ E prelúdios promissores/ Apresento as criações/ Destes jovens escritores/ Como artistas da palavra/ fazem parte da família/ Da padroeira da música/ A grade Santa Cecília. (...), tendo nessa mesma publicação o neto Paulo, no 6º Ano, nos presenteando com o poema FLORES: “O amor é uma flor/ Que Deus criou com muito amor/ Essa flor é tão bela/ Que parece estar numa tela. (...), além disso contribuiu com todo conhecimento literário e generosidade em palestra para jovens sobre a Padaria Espiritual.

Horácio Dídimo “vai se tornar uma nuvem pertinho de nossos corpos, nos lembrando que o sol não é nosso e se fosse nada nos adiantaria” assim diria Manuel Ricardo prefaciador da obra Horácio Dídimo em Estudo, última obra que faz menção ao seu legado literário do poeta de A palavra e A PALAVRA. A presença de Horácio no lançamento na noite do dia 24 de agosto de 2018 parecia um ato celebração da vida para nos dizer que O TEMPO É BREVE (I Cor 7, 29) e “a palavra chave já não fecha nem abre/ a palavra amor muda de cor/ a palavra verde amadurece/ a palavra ave voa no papel. Naquele momento ele encontrava-se ao redor de todos aqueles que veem a sua poesia como algo que nos liberta das amarras de tempos complexos e difusos de hoje.  

(André Araújo – Professor do Colégio Santa Cecília, colaborador do livro Horácio Dídimo em Estudo e profundo admirador da poética de Horácio Dídimo)

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