Vou de bike

03/06/2016

Eles saem mais cedo de casa, andam ao vento, olham a cidade ao amanhecer, chegam aos seus destinos mais alegres, mais leves, mais livres. No Santa Cecília, a bicicleta já é adotada como meio de transporte por alguns alunos e professores. Colegas de sala, Bruno Veiga e Renan Elid, alunos do 9º ano, resolveram enfrentar os desafios do espaço urbano e se deslocam até a Escola pedalando. Mudar a rotina não é problema para os dois que, a despeito dos riscos e da logística, não abrem mão de vir de bike. 

Bruno acorda mais cedo, sai de casa nas proximidades do Shopping Iguatemi dez para seis da manhã, sobe a ladeira e vê a cidade amanhecendo aos poucos. Trânsito quase nenhum, ele cruza com trabalhadores que se deslocam para o trabalho. Na Escola, Bruno entra mais cedo, toma banho, põe a farda e se prepara para mais um dia de aula. “Adotei o ciclismo como meio de locomoção por questões de saúde, porque é mais saudável, e também para me contrapor ao uso do carro individual, que polui muito e ainda gera trânsito”, explica.

Renan começou a pedalar nos domingos de lazer e, desde o ano passado, adequou a bicicleta a sua rotina. Ele alterna as semanas na casa dos pais e, nos dias em que mora com o pai, próximo à Avenida Dom Luís, a bike o traz e o leva para casa. “No futebol você precisa de amigos para jogar, a bike permite andar sozinho, conhecer lugares novos, fazer novas amizades, andar com liberdade”, diz ele, que conseguiu autorização mesmo tendo um primo que se acidentou.

Bruno e Renan não têm medo da cidade e veem com bons olhos o plano cicloviário implementado pela Prefeitura de Fortaleza. O momento mais tenso no trajeto, reconhece Bruno, é a volta para casa: trânsito mais pesado e motoristas pouco sensíveis à importância de dividir as vias públicas com outros modais. Ainda assim, ele não desiste.

Faça chuva ou faça sol, o professor de História do Ensino Fundamental (6º ao 9º ano) Paulo Airton Damasceno, o PA, usa a bicicleta como meio de transporte há quatro anos. Ele atravessa grandes percursos – do Bairro de Fátima até a Aldeota, da Aldeota para o Itaperi... – e encara a maratona de horas de aula com muito mais humor. “O trânsito me estressava demais e, como não tinha tempo de fazer uma atividade física, uni o útil ao agradável. Além disso, procuro adotar como prática o que ensino em sala de aula. Se em outros lugares a cultura da bicicleta é tão disseminada, por que não criar novos hábitos aqui também? Pedalar interfere positivamente tanto nas nossas condições físicas quanto mentais”, adverte.

Nem a pele branca, nem os indicadores de violência de Fortaleza arrefecem o propósito da professora de Matemática do Ensino Fundamental (6º ao 9º ano), Susana Rios, de adotar o ciclismo como meio de transporte. Susana sai mais cedo de casa, nas proximidades do Colégio Militar, paramenta-se com roupas apropriadas e muito filtro solar e, com ciclofaixa ou não, ela chega à Escola mais disposta para o trabalho em sala de aula. “A cidade não foi projetada para a bicicleta, mas a gente percebe uma mudança de comportamento do motorista em relação ao ciclista nos últimos anos. Eu não aguentava mais ficar presa no trânsito e, como a atividade física sempre fez parte da minha rotina, não senti nenhuma dificuldade”, diz ela, que ainda joga tênis e faz outras práticas esportivas.
 

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