Nosso maior artista agora é imortal!
É pequeno o percurso que fazemos durante a nossa vida.
Meu pai gosta de dizer que a vida é um piscar de olhos, e diz isso já com seus 90 anos.
Pequeno intervalo de tempo em que temos a chance de deixar marcas da nossa passagem.
Nesta semana, o Brasil perdeu um dos seus mais reconhecidos artistas internacionalmente.
No Ceará, não podemos dizer que perdemos, vimos se imortalizar o maior ícone da arte.
Ícone é uma palavra que cabe para Sérvulo Esmeraldo. Andar por Fortaleza é correr o risco de, a qualquer momento, ter o prazer de se deparar com uma de suas inconfundíveis esculturas. Uma aula de equilíbrio, leveza e inconteste fazer refinado.
Niemeyer domou o concreto. Sérvulo domou os metais; melhor, aprendeu a capturar a arte que, por suas mãos, poderia ser um efêmero instante. Marcante instante.
Tive o imenso prazer de estar, em alguns raros momentos, em sua casa e em algumas de suas exposições. Conheci um senhor gentil, direto e detentor de palavras que não tinham a pretensão de explicar a sua obra. Ele era artista, e isso já bastava.
Naquele momento de maturidade, em que a vida parece sintetizar o que mais importa, percebi que poucos temas pareciam fisgar sua atenção: Dodora, sua companheira inseparável, filhos, netos, sua arte e belas mulheres.
Sérvulo Esmeraldo, esse "pequeno servo precioso", ontem, diante de artistas, família e amigos, parecia dormir sereno, saiu de cena como num voo de um pássaro.
Ivan Guimarães – Gerente do Setor de Comunicação do Colégio Santa Cecília
Foto: Jornal O Estado