Felipe Paiva no IMEC
Aquele adolescente tímido ficou para trás. De uma inteligência fora do comum, Felipe Paiva Alencar vive sozinho na França, na cidade de Montpellier, onde está próximo de concluir o processo de Duplo Diploma na área de Ciências da Computação.
Ele continua, na verdade, sendo um aluno/pesquisador muito acima da média. Aprovado no curso de Ciência da Computação da UFC pouco antes da pandemia, ele viveu o ingresso na universidade nesse cenário conturbado e difícil no mundo. Nada que o paralisasse. Começou a desenvolver em casa, com os pais, a mãe médica e o pai engenheiro, um protótipo de respirador que chamou a atenção do Senai Maracanaú, para onde Felipe foi convidado a desenvolver o projeto.
A pandemia arrefeceu e Felipe voltou às aulas presenciais na UFC, contudo, por pouco tempo, porque se inscreveu no edital para mobilidade acadêmica e foi aprovado para um ano na Universidade Politécnica em Montpellier. Esse brasileiro, muito jovem, rapidamente se destacou entre os melhores alunos do ano. Isso o levou a conseguir um estágio em um dos laboratórios da universidade, na área de arquitetura de computadores, para projetar a parte física dos novos projetos.
O hábito de fazer projetos vem dos tempos de escola. O aluno sempre dedicado do Colégio Santa Cecília desenvolveu um computador rudimentar durante a SICE e atuou ativamente nos projetos que envolviam robótica nas turmas de Olimpíadas. Ele participou de muitas provas de Olimpíadas, coleciona medalhas e troféus e fez parte do primeiro grupo a participar da Quanta, na Índia. “Eu destacaria na minha formação escolar as aulas de Olimpíadas, quando tive a experiência de trabalhar com robótica e não tive nenhuma dificuldade em física quando cheguei à universidade”, observa.
Da mobilidade acadêmica, Felipe migrou para o duplo diploma e, de volta à França, assume este semestre um novo estágio, desta vez na Bélgica, na empresa Imec, no seu laboratório independente de pesquisa, que é muito forte em microeletrônica. A Imec vende tecnologia para empresas que fabricam computadores no mundo inteiro. Mais um passo rumo ao Doutorado, já que o estágio na Bélgica tem relação com o interesse da universidade em manter Felipe nos seus quadros.
“O mais difícil é estar distante da família e dos amigos, mas, ao mesmo tempo, é uma área do meu interesse que eu não conseguiria desenvolver no Brasil. Voltar para o Brasil é uma possibilidade, porém significa que eu teria que mudar de área”.
Nós seguimos daqui, do Brasil, torcendo pelo Felipe, com sua trajetória brilhante pela pesquisa, e torcendo pela ciência.